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REVISTA TKV
Poéticas e Políticas do Corpo
fotografia de capa: Kiria Monteiro
edição 11
EDITORIAL
por Valquiria Moura Vieira
Fazer uma reflexão acerca dos desafios e possibilidades da educação em tempos de pandemia vai muito além de discutir modalidades de ensino. Interessa-nos aqui discutir as subjetividades nesse processo, em como os corpos construíram e seguirão construindo conhecimento. Mesmo depois da pandemia, a virtualidade do ensino parece ser uma realidade irreversível, desafiando professores e alunos a construírem novas pontes para o conhecimento e a ressignificar os encontros e afetos dos quais fazem parte os processos de ensino e aprendizagem. Como a pandemia impactou os corpos? As escolas estão preparadas para rever suas prioridades? É possível simplesmente seguir o planejamento? Quais são os desafios? Quais as possibilidades? A 11ª edição da Revista TKV, poéticas e políticas do corpo confabula acerca dessas questões com a esperança de contribuir com caminhos pedagógicos que levem em consideração que somos um corpo e não que temos um corpo, desejando a existência de cada vez mais processos de ensino e aprendizagem que se disponham a experimentar e a inventar formas sustentáveis de estar no mundo.
Abrimos esta edição com o ensaio Íntimas Distâncias Por Uma Ecologia Das Práticas Pedagógicas, de Nathalia Gouveia Corrêa Leite que discute uma pluralidade de métodos, procedimentos e programas pedagógicos que nascem para responder a problemas locais.
A edição conta com mais dois ensaios: Aluna, Artista e Educadora: Formas de Existir e Resistir na Pandemia com a Técnica Klauss Vianna de Mariana Vianna Kuntz Fonseca e Geruza Gelnys que apresenta experiências como aluna, artista e educadora a partir da TKV e Experimentar O Experimental: o corpo virtual como corpo vivo em caps lock de Flora Dias, onde a autora trata das contribuições da dança para o processo clínico psicoterapêutico transdisciplinar no contexto remoto.
Gabriela Geluda e Paula Alvarenga Otero no artigo Corpo, Voz e Telas em Invenção: processos adaptativos na pandemia, analisam experiências de aulas no modo remoto a partir das perspectivas das práticas somáticas (Angel Vianna e Técnica Alexander) como um potente espaço de ativação da presença, do autocuidado e do cuidado com o outro.
O artigo Estamos observando um objeto na vitrine? Abordagens somáticas do movimento em aulas de teatro com adolescentes de Amanda Pedrotti e Marcia Berselli apresenta a experiência com práticas corporais direcionadas a estudantes de ensino médio na rede pública de Santa Maria (RS) que investiga como os princípios das abordagens somáticas, no caso o método Feldenkrais, podem contribuir para o autoconhecimento, possibilitando identificar e problematizar as construções sociais sobre os corpos.
Willian Paiva no artigo No Som Do Batuque – ritmo, autismo e educação nos convida a refletir acerca das diferentes formas de aprendizagem.
No artigo TKV e o papel do corpo na produção social do espaço Virgínia Laís de Souza e Warner Reis Júnior apresentam um estudo do espaço a partir do princípio da atenção ativa praticado no Processo Lúdico da Técnica Klauss Vianna e da tríade da prática espacial de Henri Lefebvre: percebido, concebido, vivido, visando a qualidade de presença de professores e alunos nas práticas sociais de ensino e aprendizagem de artes.
Fechamos esta edição com o artigo Técnica Klauss Vianna Como Alfabeto, texto convidado que não chegou em tempo para a edição comemorativa da Revista (10ª edição), mas veio a calhar para compor esta publicação. Nele, as artistas e professoras Paulina Maria Caon e Verônica Gonçalves Veloso compartilham suas memórias acerca do encontro com a Técnica Klauss Vianna e, de como, a partir desses princípios, revisaram e estruturaram suas práticas artísticas e pedagógicas.
Desejamos que as experiências e reflexões aqui compartilhadas contribuam para práticas pedagógicas que busquem a construção de conhecimento com afeto e curiosidade para se engendrar existências significativas.
Boa leitura!
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